Gigantes e peludas, as tarântulas pertencem à família de aranhas conhecidas como Theraphosidae. No mundo todo, já foram identificadas mais de mil espécies de tarântulas, sendo que 200 vivem no Brasil, segundo o Instituto Butantan. Nacionalmente, esses aracnídeos são chamados de caranguejeiras. A maioria não tem veneno letal para os humanos e pode até ser criada como animal de estimação, dependendo de alguns critérios e de licença.
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As tarântulas se diferenciam das outras aranhas por diferentes fatores, como o hábito de fazer teias. Isso porque vivem em tocas, em buracos nos troncos (próximos ao solo) ou entre pedras, e usam a teia para forrar a “casinha” ou proteger os ovos.
As caranguejeiras são carnívoras e se alimentam de insetos, mas as espécies de tarântulas maiores — sendo que algumas podem ultrapassar os 25 cm de comprimento — devoram pequenos lagartos, sapos ou mesmo roedores. De forma surpreendente, as fêmeas desse grupo de caçadoras podem completar 30 anos de vida, enquanto os machos vivem menos de 10 anos.
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Tarântula é venenosa?
Quando se pensa em mais de mil espécies de aranhas do tipo tarântulas espalhadas pelos mais diversos cantos do mundo, especialmente no Hemisfério Sul, é difícil fazer afirmações universais. Essas aranhas têm veneno, mas as toxinas de algumas espécies são fracas para fazer mal aos humanos, ainda mais quando se analisa as “domésticas”.

“Na maioria dos casos, a picada da tarântula causa pouco mais do que uma dor localizada”, acrescenta artigo sobre venenos e toxinas produzidos por animais do livro Veterinary Toxicology. Então, elas tendem a não ser perigosas para humanos, com algumas exceções importantes.
Na verdade, já são conhecidos 12 gêneros de tarântulas com veneno tão forte que é potencialmente mortal para humanos, como as do gênero Atrax que vivem na Austrália. Nestes casos, o veneno pode conter neurotoxinas, necrotoxinaa ou ainda toxinas hemolíticas.
Vale observar que, com ou sem veneno perigoso, as tarântulas contam com presas proeminentes, o que pode tornar a mordida uma experiência bastante dolorosa, mesmo que pouco ou nada venenosa.
Estratégias de defesa das tarântulas
Sem um veneno letal, parte das espécies de tarântulas precisa recorrer a outras soluções para capturar as suas presas. A solução está nas cerdas urticantes (como se fossem pelos) que recobrem o abdômen dessas aranhas e outras partes do corpo. São parecidos com espinhos ou farpas, capazes de penetrar na pele.
“Quando ameaçadas, essas tarântulas podem ‘esfregar’ o abdômen [com as pernas] e lançar as cerdas urticantes em direção ao seu agressor”, afirma o artigo. Estas cerdas causam irritação e coceira nas áreas atingidas, como pele, olhos, boca e trato respiratório. Entretanto, é válido observar que o efeito é puramente mecânico, já que não existem toxinas associadas. De qualquer forma, é bom ter cuidado se você entrar em contato com uma tarântula.
Ainda como estratégia de defesa, algumas espécies de tarântula possuem cerdas estridulatórias. Como um guizo de cascavel, essas cerdas produzem um barulho com a função de espantar predadores.
Espécies de tarântula
A seguir, conheça algumas das espécie de tarântula mais famosas do mundo, sendo que algumas se destacam por suas cores vibrantes e outras por seu tamanho excepcional considerando o grupo das aranhas:
Poecilotheria metallica

Tarântula com a coloração azul vivo e metálico, principalmente nas patas, a espécie Poecilotheria metallica vive numa área de floresta tropical no estado de Andhra Pradesh, na Índia.
Hapalopus sp.
Espécie de tarântula com corpo avermelhado (quase abóbora) e desenhos pretos no abdômen, a Hapalopus sp. habita florestas tropicais da América Central e Norte da América do Sul. É o caso da Hapalopus formosus, da Colômbia.
Theraphosa blondi

Apelidada de “Aranha-golias-comedora-de-pássaros” pela capacidade de caçar aves, a Theraphosa blondi é encontrada na floresta Amazônica. Pode alcançar até 28 cm e é classificada como o maior aracnídeo do mundo, quando se analisa a massa corporal.
Theraphosa apophysis
Disputado em tamanho com a Theraphosa blondi, a espécie de tarântula Theraphosa apophysis também vive em regiões da floresta Amazônica. Na primeira parte da vida, as jovens aranhas têm a coloração rosa nas extremidades das patas.
Caranguejeira-rosa-salmão

Identificadas pelas cerdas rosadas que contrastam com o corpo preto, a caranguejeira-rosa-salmão (Lasiodora parahybana) é nativa da Mata Atlântica e pode ser encontrada na região Nordeste do Brasil.
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